Sua capa traz a seguinte citação assinada pelo filósofo Jean-Paul Sastre: "O melhor poeta da América". Isso, somado ao seu nome curioso e ao fato de ser escrito em versos, me deixou intrigada para saber qual era o conteúdo daquelas páginas. Afinal, como assim o amor, que é um sentimento tão bom, é considerado pelo autor “um cão dos diabos”?
Dividido em quatro partes, o pequeno livro de bolso nos traz reflexões de situações que quase sempre deixamos passar despercebido. Como poeta marginal que sempre fora, Charles Bukowski orgulha-se por ter começado a escrever suas poesias aos 35 anos. Isso é notável em seus poemas, que quase sempre trazem em si uma menção da passagem do tempo e dos aprendizados da vida. Sua poesia é carregada de sua arte e de seu cotidiano regado a mulheres, amores mal correspondidos, sexo, cigarro e bebida.
Embora escrito em versos, seus poemas apresentam diálogos bem-elaborados e carregados daquele tipo de humor que só se obtém quando se vive uma situação extremamente crítica. Isto nos faz perceber a essência da alma do autor e o quanto podemos ter em comum com ele, mesmo que vivamos de modos e em lugares tão diferentes. A leitura torna-se, então, extremamente prazerosa, ao mesmo tempo em que é crítica em relação ao texto, às relações interpessoais e ao mundo.
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